Andragogia e tecnologia: uma proposta de inclusão Digital

Andragogia e tecnologia: uma proposta de inclusão Digital



Devemos levar em consideração a realidade de nossa sociedade no contexto da viabilidade do acesso democratizado da Internet. Consideremos para tanto a pesquisa realizada pelo Centro Regional para o Desenvolvimento de Estudos sobre a Sociedade da Informação (Cetic.br), vinculado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil, quando em pesquisa realizada em 26/05/2020 nos diz que aproximadamente 134 milhões de brasileiros acessam a Internet.

Entendemos que neste contexto do acesso democratizado, está inserido como usuário da Internet em seus acessos, o perfil dos usuários da Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação à serviço do espaço educacional. Logo encontramos os alunos de instituições Educacionais que lançam mão do uso de tais recursos tecnológicos para apropriarem-se de cursos de graduação, treinamentos e capacitação através destes recursos direcionados às soluções conhecidas como plataformas de EAD (Educação à Distância).

Concordamos com o apontamento de Nadir Zago, pós-doutorada em Sociologia da educação, quando menciona em seus estudos de pesquisa sobre escolarização nas camadas populares e sobre o acesso e permanência no ensino superior, que o “ensino superior representa para esses estudantes um investimento para ampliar suas chances no mercado de trabalho cada vez mais competitivo, mas, ao avaliar suas condições objetivas, a escolha do curso geralmente recai naqueles menos concorridos e que, segundo estimam, proporcionam maiores chances de aprovação”.

Percebemos que estes estudantes presentes na fala de Zago, muitos estão utilizando sua vivência de experiências de usuários de Internet para à partir deste cenário enveredar-se no campo educacional através de inúmeros cursos oferecidos no modelo de EAD em plataformas de cursos livres na Internet.

A demanda pela procura destes tipos de cursos e treinamentos também encoraja os adultos a buscarem sua primeira graduação de nível superior através dos cursos oferecidos em modelo EAD por instituições de nível superior.

Tal oportunidade se enquadra no investimento mencionado por Zago e estes novos alunos são usuários deste mundo digital, inclusos por hábitos das redes sociais a buscarem com este conhecimento prévio, uma formação acadêmica no modelo EAD. Isto está bem detalhado em pesquisa realizada (Abbad, Zerbini, Souza,2010) no campo de Psicologia do trabalho e das Organizações encontramos dados relacionados à presença de adultos através desta inclusão Digital no modelo EAD mencionando que “no Brasil, em escolas de governo, empresas estatais, órgãos públicos e no Sistema S, as 41 unidades educacionais pesquisadas pelo Instituto Monitor (2008) oferecem cursos a distância a um público-alvo geograficamente disperso, pertencente a uma ampla faixa etária (18 a 60 anos), com um predomínio de adultos mais idosos (de 30 a 60 anos de idade) [..]”.

Interessante percebermos e concluirmos com tal contexto, que o uso das ferramentas e dos dispositivos móveis, proporcionaram a esta classe mais madura através da cultura do consumo e do entretenimento um uso diário dos recursos de Internet e juntamente com tal uso a chegada da avalanche de ofertas de treinamentos e cursos de graduação em modelo EAD que nos permite identificar o processo da Andragogia como um campo educacional a ser explorado como Inclusão Digital através das Plataformas e das tecnologias digitais da informação e Comunicação em sistemas de EAD.

Referências Bibliográficas

Abbad, G.S. Zerbini, T. Souza, D. B. L.  (2010). Panorama das pesquisas em educação a distância no Brasil. Disponível em: www.scielo.br

Cetic (2020). Estudo Qualitativo em pesquisa feita pelo Centro Regional para o Desenvolvimento de Estudos sobre a Sociedade da Informação. Disponível em: agenciabrasil.ebc.com.br

Saccol, A. (2011) M-learning e u-learning: novas perspectivas as aprendizagens móvel e ubíqua / Amarolinda Saccol, Eliane Schlemmer, Jorge Barbosa. São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2011

Zago, N. (2006). Do acesso à permanência no ensino superior: percurso de estudantes universitários de camadas populares. Disponível em: www.scielo.br

Imagem usada disponível em: andragogia_tecnologia - Post do Instagram (canva.com)


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